Parques, museus, teatros, centros culturais, baladas, bares, pubs, cafés, atividades ao ar livre… tédio, não vai rolar! Buenos Aires é o segundo maior aglomerado urbano da América do Sul, uma cidade bem cosmopolita, com atrativos turísticos e intensa programação cultural. Difícil é escolher!
Mas se você ainda não tem muita ideia sobre o que fazer em Buenos Aires, damos uma força por aqui! Nesse artigo, estão as atrações mais bacanas do centro de Buenos Aires. Das mais tradicionais (para quem estreia na vida portenha) às boas pedidas que você não vai encontrar em qualquer lugar.
Antes, bora entender o mapa do centro da capital argentina. Dominando melhor a região, vai dar para aproveitar mais!
Entendendo o mapa: o centro de Buenos Aires
A chamada Ciudad Autónoma de Buenos Aires (CABA) tem 3 milhões de habitantes (não confundir com a Região Metropolitana, de 13 milhões) e divide-se em 48 bairros, organizados em 15 comunas (regiões).
Como de costume nas cidades portuárias, o centro de Buenos Aires não está no meio geográfico. Pelo contrário, fica no extremo leste, onde nasceu, próxima ao Rio da Prata. E é exatamente por aqui que começamos, no centro da cidade. Melhor, no centro do centro: a Plaza de Mayo.
A Plaza de Mayo é praça mais importante do centro de Buenos Aires. Onde tudo começou, espécie de marco zero. Tanto que, ao redor dela, estão alguns dos mais relevantes edifícios históricos e da administração pública argentina, como a Casa Rosada (Presidência da República), a Catedral Metropolitana (sede da Igreja Católica), o Cabildo (antiga sede da administração colonial) e o edifício-matriz do Banco de la Nación (maior banco do País).
O centro, porém, é dividido em duas grandes áreas, de formato retangular. Uma, ao sul da Plaza de Mayo (incluindo a praça), que corresponde ao bairro Monserrat, onde a cidade, propriamente, nasceu e reúne a maior parte dos edifícios históricos. A outra, no retângulo de cima, ao norte da Plaza de Mayo, é San Nicolás. Bairro igualmente antigo do centro com um perfil mais comercial.
No limite exato destes dois “retângulos”, de ponta a ponta, está calle Rivadavia, a rua mais extensa da cidade. Não à toa, suas transversais, ao cruzarem-na, trocam de nome. A única exceção é a mais famosa via portenha, a Avenida 9 de Julio, que atravessa Buenos Aires de norte a sul com a mesma designação – a via urbana mais larga do mundo (chegando a 140m de largura em alguns pontos). É na Av. 9 de Julio, no cruzamento com Av. Corrientes (famosa pela vida noturna e atrativos culturais) que reina o o Obelisco de Buenos Aires, marco da capital argentina.
Paralelas à Av. Corrientes, em San Nicolás, ficam outras duas importantes avenidas do centro, a Córdoba e a Santa Fé. Ainda na região, há duas ruas fechadas a carros (peatonales, como são chamadas as vias para pedestres), as ruas Lavalle e Florida, famosas pela concentração de lojas, verdadeiros shoppings ao ar livre.
O que fazer no centro de Buenos Aires
MONTSERRAT
Dos dois bairros do centro de Buenos Aires, Montserrat é o ideal para um primeiro dia na cidade. Suas ruas revelam e refletem a história da Argentina: a época colonial, as invasões inglesas, os ideais de organização nacional e as diferentes ondas migratórias que formaram a identidade portenha.
O micro bairro abriga localidades históricas, bons museus, prédios importantes da administração pública além de boa oferta gastronômica e de atividades culturais. lembrando que, de onde quer que você venha, essa região é bem acessível de transporte público. E, uma vez lá, dá para percorrer tudo a pé numa boa.
1 – Plaza de Mayo
Epicentro da vida política argentina desde a época colonial até hoje, a Praça de Maio é a mais importante da cidade. Seu nome celebra a Revolução de Maio de 1810, que iniciou o processo de independência argentina das colônias espanholas.
Muitas construções que a rodeiam são reflexo de sua importância histórica, como a Casa Rosada (Presidência da Argentina), o Cabildo (edifício histórico, sede da antiga administração colonial), a sede do Banco de La Nación (maior do País) e a Catedral Metropolitana de Buenos Aires (sede da Igreja Católica na Argentina).
No centro da praça, há um pequeno obelisco: a Pirámide de Mayo . É o mais antigo monumento nacional da cidade de Buenos Aires. Sua construção foi encomendada em 1811 para comemorar o primeiro aniversário da Revolução de Maio.
Até hoje, é o ponto de encontro para inúmeras manifestações populares. É aqui, por exemplo, que todas as quintas-feiras à tarde, as Madres de la Plaza de Mayo reúnem-se para protestar e lembrar as mortes e o desaparecimentos de seus fparentes ocorridos durante a ditadura militar no país; o movimento das “Mães da Praça de Maio”, verdadeira instituição argentina, completou 45 anos em 2022.
2 – Casa Rosada
Erguida no mesmo local onde foi construído o Forte Buenos Aires em 1580 (ocasião da fundação da cidade), a Casa Rosada é a sede da presidência da República Argentina, desde a independência do país em 1810.
O palácio ganhou fama internacional após ter sido palco de importantes manifestações políticas e históricas, tais como os célebres discursos de Evita Perón, proferidos das sacadas do edifício. A Casa é também prestigiada pelo seu valioso acervo de pinturas e esculturas e sua qualidade arquitetônica.
No jardim, atrás da Casa Rosada, ergue-se um monumento a Cristóvão Colombo e, no subsolo, há um museu recém-criado (mais detalhes no próximo item) que possui uma exposição permanente sobre a história da Argentina. As visitas guiadas ocorrem sábados, domingos e feriados de 10 a 18h.
3 – Museo de la Casa Rosada
No subsolo, atrás da Casa Rosada, há um museu por vezes esquecido dos viajantes. O Museo de la Casa Rosada foi construído sobre restos de dois edifícios históricos, submetidos a um rigoroso processo de restauração e recuperação: a antiga Alfândega, de 1855, e o Forte de Buenos Aires.
O museu possui uma exposição permanente sobre os 140 anos da história constitucional da Argentina e dispõe de uma coleção de peças de caráter histórico e artístico que vai do período hispânico ao atual.
4 – Catedral Metropolitana
Principal igreja (católica) da cidade, a Catedral Metropolitana é a sede da Arquidiocese de Buenos Aires. Teve, por mais de 20 anos, suas missas celebradas por ninguém menos que Jorge Mario Bergoglio – hoje, Papa Francisco.
Foi construída no século 18, em estilo neoclássico, no lugar do que fora a primeira igreja colonial da cidade. Em seu interior encontra-se o mausoléu de San Martín, o general que proclamou a independência argentina.
Recentemente, dentro do complexo da Catedral, foi criado o “Museo Cardenal Jorge Mario Bergoglio“, que tem por intuito conservar e difundir a memória da evangelização da Arquidiocese de Buenos Aires, ao homenagear o Cardeal, hoje Papa Francisco.
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5 – Cabildo
Local de importantes reuniões políticas da época colonial, foi onde declarou-se, propriamente, a Revolução de Maio de 1810, primeiro passo da independência de vários países da região platina.
O prédio é uma construção de 1725. Declarado monumento histórico, virou museu em 1960, quando passou a ser denominado Museo Histórico Nacional del Cabildo y de la Revolución de Mayo. Em uma visita ao local, pode-se conferir algumas das relíquias coloniais que testemunharam a história argentina dos últimos séculos.
6 – Manzana de las Luces
Com mais de 400 anos de história, o local abriga instituições de grande importância e valor arquitetônico, testemunhas do período colonial e da influência jesuítica na constituição da cidade. A “Quadra das Luzes”, entre as ruas Perú, Moreno, Bolívar e Alsina, abriga alguns dos edifícios mais antigos da capital.
Há visitas guiadas que passam entre muros centenários, túneis coloniais e claustros jesuíticos. Os prédios datam da época da chegada dos jesuítas (1661). É o caso da Iglesia de San Ignacio e das cinco Casas Redituantes, assim chamadas porque produziam renda para a coroa espanhola.
Booking.com7 – Buenos Aires Museo (BAM)
Boa pedida para entender a história da cidade. O museu foi criado em 1968 para preservar e resgatar o patrimônio cultural de Buenos Aires. Além da mostra permanente, com explicações sobre os acontecimentos históricos mais importantes, expõe em suas coleções variados objetos, fotografias, móveis, cartões postais, revistas, acessórios da vida cotidiana e elementos de arquitetura. Há também uma biblioteca com ampla coleção de conteúdos especializados na vida portenha.
8 – Palacio del Congreso
Imponente prédio de 1908 em estilo neoclássico, é o edifício que abriga o Congresso Nacional Argentino: Senado e Câmara dos Deputados.
Considerado uma das mais belas obras arquitetônicas da capital, possui enormes salões; destaque para o Salão Eva Perón (que possui as paredes cor-de-rosa) e a Biblioteca do Congresso.
O Palácio fica em frente à Plaza del Congreso, que abriga o monolito que marca o Km Zero das estradas argentinas e uma das esculturas originais de O Pensador, de Auguste Rodin. Há visitas guiadas.
9 – Palácio Barolo
Bem perto da Plaza del Congreso, está aquele que é certamente um dos edifícios mais belos e curiosos de Buenos Aires.
Conceitual, o Palácio Barolo foi construído no início do século passado, completamente inspirado na Divina Comédia, de Dante Alighieri. Seus 22 andares representam o número de estrofes do livro: os de baixo, relacionam-se com o inferno, os do meio, com o purgatório e os superiores, com o céu.
Há inúmeras outras referências arquitetônicas à obra do poeta italiano e vale a pena fazer a visita guiada para compreender melhor tudo isso.
Como se não bastasse, o local sempre promove bons eventos culturais e a vista de Buenos Aires, do terraço do prédio, é uma das mais bacanas da cidade.
O que fazer no centro de Buenos Aires
SAN NICOLÁS
Ao norte de Montserrat, San Nicolás é uma área de grande movimento, em especial nos calçadões (peatonales) das ruas Florida e Lavalle, repletas de lojas, restaurantes, galerias, livrarias e casas de câmbio.
Assim como o vizinho, é bem acessível de qualquer ponto da cidade e bom de bater perna. mas é também a região de maior trânsito e fluxo de pedestres na cidade. Espere por barulho e ruas bem cheias.
10 – Obelisco de Buenos Aires
Maior símbolo da cidade, fica bem no meio da Av. 9 de Julio, altura da Av. Corrientes. Com 65m de altura, foi construído em 1936 – ocasião das comemorações dos 400 anos de fundação da cidade – no exato local onde a bandeira nacional foi hasteada pela primeira vez em Buenos Aires.
Hoje, é, acima de tudo, o local predileto das grandes multidões nas comemorações das vitórias de campeonatos esportivos e nas manifestações políticas.
11 – Teatro Colón
O Teatro Colón é considerado um dos teatros líricos mais prestigiados do mundo, junto ao La Scala de Milão, o Ópera Garnier de Paris e o Royal Opera House de Londres.
Criado em 1908, é muito famoso por sua arquitetura, acústica e belíssima cúpula decorada pelo pintor argentino Raúl Soldi. Com capacidade de 2500 pessoas, foi reinaugurado em 2010, nas comemorações do bicentenário da independência argentina.
Além da programação normal, com óperas, orquestras, espetáculos de dança e teatro, o Colón abre diariamente, inclusive feriados, para visitas guiadas (gratuita para crianças até sete anos de idade).
12 – Centro Cultural Borges
Espaço criado para homenagear o mais cultuado escritor argentino, Jorge Luis Borges. Abriga uma exposição permanente sobre o autor, salas de cinema, galerias de arte, espaço para shows e promove oficinas de dança, artes visuais, cinema e até de paisagismo.
Localizado num prédio histórico com arquitetura do século 19 no coração de Buenos Aires, vale a visita!
13 – Museo Beatle
Museu dos Beatles em Buenos Aires? Como assim? Apesar dos mais de 11 mil quilômetros de distância de Liverpool, é em Buenos Aires que está a maior coleção particular do mundo sobre o quarteto.
A culpa é do dono, Rodolfo Vázquez. Maior colecionador de artigos sobre a banda no mundo, acordou numa bela manhã portenha e decidiu expor seus mais de 8500 itens publicamente.
Vingou e hoje é uma atração internacionalmente badalada. Tem de tudo. Certidão de nascimento dos músicos, autógrafos, cartas, ingressos, bonecos, discos, brinquedos e até um tijolo original do “Cavern Club”, que Rodolfo diz que “pegou emprestado” em Liverpool.
Há um bar no local com uma programação ativa de bandas de rock que se apresentam por lá.
